Mês passado
realizei um passeio com meus alunos da rede estadual para Salesópolis. O
município é o berço do histórico Rio Tietê. Mais especificamente fomos visitar
o Museu da Energia de Salesópolis, por conta de um projeto que minha escola vem
realizando sobre o uso consciente da energia.
E não é que um didático passeio pode se transformar em algo mágico?
Após assistirmos
uma aula sobre a construção da usina, como era a Mata Atlântica desde a década
de trinta do século passado até os anos dois mil, o desmatamento e as perdas
ocorridas, além de um quiz interessante sobre a fauna e flora desse bioma,
fomos fazer uma trilha.
Estou eu,
educadora-mãe acudindo uma aluna que havia atolado o pé na lama, retirando essa
de seu tênis em uma bica quando escuto um dos jovens monitores do passeio
cantando “Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band”. Olho para ele, em meio ao sol escaldante e
falo: “Putz, jura que você está escutando isso?”.
Pronto! Eu e
Lennon (sim, este era seu nome. E nada de John, quem dirá Winston, apenas
Lennon) me contou de sua paixão pelos Beatles, que seus pais tinham medo de que
ele não gostasse de seu nome. Foi dele que ouvi que o show de Paul McCartney tinha
sido confirmado. Contei de quando fui ao primeiro do qual ele não foi, além do
show do Ringo, um show antes de tudo de rock do que propriamente de um
ex-beatle (venhamos e convenhamos, faltou música pra caramba...). Falamos da
carreira de cada beatle e me ocorreu um duelo de imagens, sons, passado:
começamos por falar de George Harrison, que no começo era o que mais eu me
identificava, por conta da questão mística. Eu falei do álbum triplo “All
things must past” e ele me falou de “Dark horse”. Sobre Paul citei “Ram” e ele
me veio com “Venus and Mars”. A respeito de John Lennon, aclamei-o dizendo da
força e ao mesmo da simplicidade que fazia dele um gênio. O Lennon de
Salesópolis olhava-me com um olhar expressivo e ora entrecortava-o cantarolando
uma música e outra do “Abbey Road”, tempo de ouvir o álbum e acabar a trllha.
Recomendei
“Mutantes” e “Arnaldo Baptista”; ele a banda “O som nosso de cada dia”. Nos
despedimos sem um pedir para o outro Facebook, WhatsApp, essas coisas que nos mantêm em contato, qualquer coisa do
gênero. Caso venhamos a nos encontrar, será em
algum lugar no mundo real. Esse no qual podemos ver o entusiasmo nos olhos
quando acontece de você poder trocar com alguém algo que tanto gosta. Mesmo tão jovem, a troca foi mútua. Quem sabe
o vejo tocar com sua banda que mescla, entre um sonzinho cover de Beatles,
Floyd ou Doors, composições próprias “para o público não achar ruim”.
Pode ser, quem
sabe, no show de Paul...“Venus and Mars”, essa obra belíssima (épica, perfeita,
sinestésica, bem ao estilo Sir McCartney) na qual Lennon me apresentou e que
não paro ouvir cujos versos que dão nome para o álbum servirão para a ocasião...
Sitting in the stand of the sports arena
Waiting for the show to beginRed lights, green lights, strawberry wine,
A good friend of mine, follows the stars,
Venus and mars
Are alright tonight.
Ps.: Faltam 22 dias
para o show do ano...pista Prime, aqui vou eu!!!
legal quando ela enfiou seu pé na lama kkkk
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