segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Salesópolis, Beatles e o espaço


Mês passado realizei um passeio com meus alunos da rede estadual para Salesópolis. O município é o berço do histórico Rio Tietê. Mais especificamente fomos visitar o Museu da Energia de Salesópolis, por conta de um projeto que minha escola vem realizando sobre o uso consciente da energia.
E não é que um didático passeio pode se transformar em algo mágico?
Após assistirmos uma aula sobre a construção da usina, como era a Mata Atlântica desde a década de trinta do século passado até os anos dois mil, o desmatamento e as perdas ocorridas, além de um quiz interessante sobre a fauna e flora desse bioma, fomos fazer uma trilha.
Estou eu, educadora-mãe acudindo uma aluna que havia atolado o pé na lama, retirando essa de seu tênis em uma bica quando escuto um dos jovens monitores do passeio cantando “Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band”.  Olho para ele, em meio ao sol escaldante e falo: “Putz, jura que você está escutando isso?”.
Pronto! Eu e Lennon (sim, este era seu nome. E nada de John, quem dirá Winston, apenas Lennon) me contou de sua paixão pelos Beatles, que seus pais tinham medo de que ele não gostasse de seu nome. Foi dele que ouvi que o show de Paul McCartney tinha sido confirmado. Contei de quando fui ao primeiro do qual ele não foi, além do show do Ringo, um show antes de tudo de rock do que propriamente de um ex-beatle (venhamos e convenhamos, faltou música pra caramba...). Falamos da carreira de cada beatle e me ocorreu um duelo de imagens, sons, passado: começamos por falar de George Harrison, que no começo era o que mais eu me identificava, por conta da questão mística. Eu falei do álbum triplo “All things must past” e ele me falou de “Dark horse”. Sobre Paul citei “Ram” e ele me veio com “Venus and Mars”. A respeito de John Lennon, aclamei-o dizendo da força e ao mesmo da simplicidade que fazia dele um gênio. O Lennon de Salesópolis olhava-me com um olhar expressivo e ora entrecortava-o cantarolando uma música e outra do “Abbey Road”, tempo de ouvir o álbum e acabar a trllha.
Recomendei “Mutantes” e “Arnaldo Baptista”; ele a banda “O som nosso de cada dia”. Nos despedimos sem um pedir para o outro Facebook, WhatsApp, essas coisas que nos mantêm em contato, qualquer coisa do gênero. Caso venhamos a nos encontrar, será em algum lugar no mundo real. Esse no qual podemos ver o entusiasmo nos olhos quando acontece de você poder trocar com alguém algo que tanto gosta. Mesmo tão jovem, a troca foi mútua. Quem sabe o vejo tocar com sua banda que mescla, entre um sonzinho cover de Beatles, Floyd ou Doors, composições próprias “para o público não achar ruim”.
Pode ser, quem sabe, no show de Paul...“Venus and Mars”, essa obra belíssima (épica, perfeita, sinestésica, bem ao estilo Sir McCartney) na qual Lennon me apresentou e que não paro ouvir cujos versos que dão nome para o álbum servirão para a ocasião...

Sitting in the stand of the sports arena
Waiting for the show to begin
Red lights, green lights, strawberry wine, 
A good friend of mine, follows the stars, 
Venus and mars
Are alright tonight.



Ps.: Faltam 22 dias para o show do ano...pista Prime, aqui vou eu!!!


  

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